sábado, 19 de setembro de 2015

Inglesa acorda todos os dias pensando que é 15 de outubro de 2014

Ano passado, a inglesa Nikki Pegram, de 28 anos, estava saindo do hospital após uma consulta, quando sofreu um acidente por causa de um problema no joelho, caiu com a cabeça em uma barra de metal e, desde então, acorda todos os dias pensando que ainda é 15 de outubro de 2014.
Nikki e seu filho Freddie. (Divulgação/Arquivo Pessoal)Nikki e seu filho Freddie. (Divulgação/Arquivo Pessoal)
De acordo com reportagem da BBC, Nikki agora levanta da cama diariamente pensando que tem uma consulta no médico, e não consegue acumular novas memórias após o incidente. Ela foi diagnosticada com amnésia retrógrada e não se lembra nem da professora da escola onde seu filho Freddie estuda.
Escrever tudo que puder em um diário foi a saída encontrada pela britânica para conseguir guardar as suas memórias de alguma forma. Assim, todo dia ela consulta um bloco azul escrito “Diário da perda de memória. Leia-o assim que acordar”. Ela diz: “Eu sou como Drew Barrymore em ‘Como se fosse a primeira vez’, mas a amnésia não é engraçada e cômica como o filme a faz parecer.”
Para isso, Nikki conta com seu marido, Chris Johnson, que a incentivou a manter o caderno. “Tem dias que ela está realmente deprimida e teme pelo futuro. Um dia ela acorda bem, mas depois não quer nem sair da cama”, explica. “Nikki vive um dia por vez: não sabe o que fez ontem, semana passada ou mês passado. Tudo depende do seu diário, e de mim.”
Britânica conta com o apoio do marido, Chris. (Divulgação/Arquivo Pessoal)Britânica conta com o apoio do marido, Chris. (Divulgação/Arquivo Pessoal)
Segundo o consultor em neuropsicologia Rob Poppleton, a amnésia retrógrada interrompe a capacidade de aprender novas informações, a memória do agora, o que acaba atingindo também os familiares. “As memórias não são permanentemente assimiladas, o que é muito angustiante para a família e para quem está próximo.”
Antes do acidente, o sonho de Nikki era abrir um bar, mas Chris defende que hoje ela não tem mais condições de trabalhar. Recentemente, o Departamento do Trabalho e Pensões do Reino Unido decidiu que ela pode exercer atividade remunerada, o que deixou seu marido bastante insatisfeito.
“Eles decidiram que ela pode trabalhar porque consegue andar pelo menos 200 metros sozinha e não precisa de ajuda para se comunicar. Mas Nikki não pode trabalhar: ela não saberá onde será seu trabalho, o que estará fazendo, seria preciso treiná-la diariamente”, afirma.
Para Chris, um sinal de evolução do quadro de sua esposa é ocasionalmente ela lembrar de seus sonhos: “Não é muito, mas é alguma coisa. E você tem que se agarrar a isso para sobreviver.”

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