quarta-feira, 14 de maio de 2014

Governo defende bandeirinha e diz que ataques mostram machismo



Erros de arbitragem são comuns no futebol, cometidos por homens e mulheres, e eles não justificam os ataques machistas feitos à bandeirinha Fernanda Colombo Uliana. Essa é a posição da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, que em nota divulgada nesta quarta-feira criticou os ataques à bandeirinha.
"Os comentários dirigidos à bandeirinha vieram impregnados de machismo e preconceitos contra as mulheres", afirma a SPM na nota.
A auxiliar foi afastada por duas rodadas pela Comissão de Arbitragem da CBF ontem, sob a alegação de que ela está "sob pressão". Ela foi acusada de ter errado ao marcar um impedimento contra o Cruzeiro na derrota do time (2 a 1) para o Atlético-MG, domingo passado, mas a SPM só entrou em campo para comentar a polêmica nesta quarta-feira.
"Errar é comum na arbitragem, o que influencia o resultado de jogos e competições. Mas não podemos admitir que as críticas dirigidas à assistente de arbitragem Fernanda não estejam baseadas exclusivamente em sua atuação profissional mas, sim, marcadas pelo preconceito e discriminação", defendeu a SPM.
Depois da partida, Fernanda sofreu ataques nas redes sociais por sua atuação no jogo. Além disso, o diretor de futebol do Cruzeiro, Alexandre Mattos, teria dito que se a auxiliar não consegue suportar a pressão de trabalhar em "jogos importantes" deveria "posar nua".
A SPM condenou os ataques e afirmou que as mulheres precisam provar que são melhores que os homens para conquistar seu espaço, em várias áreas, inclusive no futebol. Segundo o órgão, atletas e outras profissionais enfrentam preconceitos quando exercem funções de liderança ou que tenham visibilidade.
Depois da suspensão de Fernanda, o presidente da comissão de arbitragem da Federação Catarinense de Futebol, Luiz Claudio Espindola Gonçalves, chefe dela, disse que a beleza da subordinada seria a causa da cobrança:
- Fernanda está pagando por ser bonita. Se fosse feia, ninguém falaria dela desse jeito, nem iria misturar erros que acontecem com qualquer árbitro ao fato de ela ser bonita - afirmou Gonçalves.

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